Defesa de Dissertação – Avaliação do potencial tecnológico da alga Hypnea Musciformis associado a pectina para desenvolvimento de filmes biodegradáveis
Data da publicação: 25 de agosto de 2025 Categoria: Sem categoriaData: 29/08/2025 – 9h –
Autor(a): Stefany Dourado da Silva – Matr.: 557843
Banca Examinadora:
Profª. Dra. Kaliana Sitonio Eça – orientadora – PPGCTA/UFC
Profª. Dra. Ana Paula Colares de Andrade (UFC)
Profª. Dra. Kátia Nicolau Matsui (UFRN)
Ambiente virtual – Plataforma Meet.
Resumo:
Nos últimos anos, a indústria de alimentos tem buscado atender à crescente demanda dos consumidores por embalagens mais sustentáveis, especialmente em relação aos biopolímeros, que oferecem uma solução biodegradável e funcional. Assim, uma das estratégias adotadas é a combinação de biopolímeros com propriedades complementares. Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo desenvolver e caracterizar filmes biodegradáveis a partir de blendas de pectina e gel extraído da alga marinha vermelha Hypnea musciformis, obtido por ultrassom, bem como avaliar as suas propriedades físico-químicas, estruturais e de barreira. Para este estudo, a mucilagem da alga Hypnea musciformis foi obtida por extração aquosa assistida por ultrassom, em diferentes tempos, e avaliada quanto ao rendimento, pH, acidez e teor de polifenóis. A amostra que apresentou as melhores propriedades foi selecionada para a elaboração de filmes biodegradáveis com diferentes proporções de pectina (100%, 75%, 50% e 25%) e mucilagem. Esses filmes foram submetidos a uma série de análises, incluindo a determinação de propriedades físico-químicas (espessura, densidade, cor, opacidade e solubilidade), estruturais (FTIR e MEV), térmicas (DSC) e de barreira (permeabilidade ao vapor de água e ao oxigênio), a fim de compreender o efeito da incorporação da mucilagem nas suas características e funcionalidade. A incorporação da mucilagem resultou em alterações significativas na microestrutura dos filmes, com a MEV revelando uma matriz mais homogênea e compacta na formulação F4, enquanto a F3 apresentou maior heterogeneidade. A FTIR, por sua vez, indicou interações moleculares entre os polímeros, sugerindo a formação de uma rede mais coesa. A análise térmica por DSC demonstrou um aumento na estabilidade térmica dos filmes,com a temperatura de transição endotérmica atingindo 197,95 °C na formulação F3. A solubilidade dos filmes foi reduzida de 17,52% (F1) para 5,81% (F4), e a opacidade aumentou, conferindo maior barreira à luz UV. Em relação à permeabilidade, a mucilagem proporcionou uma barreira aprimorada ao vapor de água em alta umidade (F4: 7,14 g·mm·m−2·dia−1·kPa−1), mas comprometeu a barreira ao oxigênio (F3: 71,93 cm3·m−1·dia−1·bar−1). Os
resultados validam a H. musciformis como um ingrediente funcional, permitindo a modulação das propriedades dos filmes para aplicações específicas, especialmente a formulação F4, que se mostrou a mais promissora para embalagens que requerem maior proteção contra umidade e radiação UV.
Palavras Chave – Própolis; filmes biodegradáveis; pectina; Hypnea musciformis; embalagens sustentáveis.